Marilyn


foto de Tiago Lima


Apresentação

Ah, se eu fosse Marilyn é uma performance que a partir da construção/desconstrução de imagens corporais cotidianas, reflete sobre a passagem do tempo. O tempo que nos consome e nos transforma impõe a necessidade de olharmos mais de perto os anseios antigos, os modelos que escolhemos seguir. E aonde chegamos? Quando chegamos? A forma cíclica, inconstante e impermanente como a vida vai se apresentando, nos propõe outras reflexões. Quais as rotas e pistas me guiaram até aqui? Que rastros vou deixando pelo caminho... E o tempo segue sempre inexorável. Uma proposta artística que versa sobre os padrões corporais e morais que se impõem às individualidades e particularidades de cada um. Busca de forma sutil e imagética o respeito às diferenças, tolerância às escolhas pessoais e ao exercício do coexistir. Este trabalho, originalmente, criado em praias de Salvador/Bahia, tem uma trajetória de circulação por diversas cidades brasileiras: Itacaré (BA), Natal (RN), Belém (PA), e no exterior: La Seyne-sur-mer, La Cadiere, Nice (França) e Karlshure (Alemanha). A performance atualiza-se em cada espaço apresentado, podendo utilizar variados materiais para cobrir o corpo do artista, como sapatos, roupas femininas ou confetes. 


Concepção Cênica

A dramaturgia deste espetáculo propõe a imagem de um homem enterrado em confetes até a cintura, fazendo ações do dia-a-dia doméstico como: ler um livro, observar o tempo, pentear cabelos, se maquiar. Olha-se no espelho e não vê aquele que pretendia ser. Cabelos falsos, loiros, boca borrada, livro na mão.

Enterrado como a personagem Winnie do texto Dias Felizes, do autor Samuel Becket, vive um mundo instantâneo, questionando o momento presente “o que estamos fazendo com o nosso agora?” e marcado no tempo que se esvazia atravessando o gargalo da ampulheta. Metaforicamente o tempo o engole, digere, transforma... O tempo que se esgota. O tempo de todo mundo. A areia devagarzinho cai, cai para todos. É um agora que pacientemente/impacientemente consome os sonhos, aqueles imaginados, almejados, desejados.

Vivemos um período de competitividade desregrada, onde precisamos provar o sucesso, a superioridade, a ascensão a cada projeto realizado: um emprego, um relacionamento, a escolha profissional, a solteirice, etc. Cada proposição deve vir acompanhada de soluções precisas e imediatas para a resolução de seus problemas. Não temos tempo a perder ou ganhar, ir vivendo a fragilidade de nossas relações com o mundo.




Lá estava o meu nome iluminado. Eu disse `Deus, alguém cometeu um erro`. Mas lá estava, todo iluminado. E eu sentei e disse, `Lembre-se você não é uma estrela`. Porém, lá estava todo iluminado.

Marilyn Monroe



fotos Catarina Gramacho


fotos Pablo Cordier 



Ficha Técnica:
Criador e Intérprete: Edu O.
Classificação: LIVRE
Tempo de duração: 20 min

Trajetória de apresentações e prêmios

Prêmio
Performance premiada no Salão de Artes Visuais da Bahia 2014

Apresentações
- Exposição das obras premiadas do Salão de Arte Visuais da Bahia, no Museu de Arte Moderna/Salvador (2014)
- Salão de Artes Visuais da Bahia 2014 (Camaçari)
- VI Seminário de Pesquisa em Dança da Universidade Federal do Pará (2013)
- Cultura no Campo 2013
- Projeto Abril O Corpo 2013
- Edital Quarta que Dança 2011 - FUNCEB/SECULT-BA (apresentações nas praias do Porto da Barra, Paripe e Ondina)
- Residência artística Projeto do Ar – Prêmio Klauss Vianna - Itacaré - 2010



foto de Tiago Lima

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